O grande desafio da indústria automobilística mundial atualmente é fazer veículos cada vez mais eficientes quando o assunto é consumo de combustível e emissão de CO2, seja ele um compacto popular de 800 kg ou um jipão com mais de duas toneladas. A Mercedes-Benz, no caso, teve de lidar com a segunda situação no desenvolvimento da terceira geração do Classe M, ou ML, que acaba de desembarcar no mercado brasileiro na versão 350 prometendo economia de gasolina, embora quem o compre tem cacife o suficiente para não se preocupar com essa questão. O ponto a ser explorado agora é a conscientização dos clientes.
No novo ML 350 o assunto “ecologia” é levado a sério, tanto que a marca integrou o modelo a gama “BlueEfficiency”, que designa os automóveis da montadora que contam com uma série de recursos para consumir menos combustível e, consequentemente, emitir níveis inferiores de agentes poluentes na atmosfera. A lista de equipamentos e itens para essa função é vasta: direção elétrica, pneus de baixo atrito, motor com injeção direta de gasolina, alternador com gestão otimizada, entre outros componentes que ajudam o ML, que pesa 2.130 kg, a ser mais comportado com o meio ambiente, que não vive seu melhor momento.
E o resultado é animador para um veículo deste porte. Segundo a montadora, o ML 350 percorre em média 11,3 km (ciclos urbano e rodoviário) por litro de gasolina consumido pelo motorzão 3.5 V6, que gera 306 cv e torque máximo de 37,7 kgfm – a linha anterior, com o mesmo bloco, desenvolvia 272 cv e 35,6 kgfm. Um fato curioso neste veículo é que seus números de performance igualaram o desempenho do ML 500 da geração passada, que tinha motor V8 (essa opção foi extinta na terceira geração).
O ML 350 também manteve a transmissão automática 7G-Tronic, mas agora com um “Plus”. De acordo com a marca, a caixa de 7 velocidades possui um novo conversor de torque (a “embreagem” do câmbio automático) que deixa as trocas de marcha mais suaves, porém, menos esportivas, mesmo no modo sequencial operado pelas borboletas atrás do volante. Em suma, é um câmbio que prima pelo conforto e o faz com louvor.
Duas toneladas em movimento
No curto test-drive do ML 350, realizado nas imediações de Campos do Jordão (SP), ficou a sensação de que os 306 cv do motor V6 não são o suficiente para empurrar o veículo com plena desenvoltura, afinal de contas ele pesa mais de duas toneladas. Ainda assim, a marca apresenta números de desempenho que agradam: 0 a 100 km/h em 7,6 segundos e velocidade máxima de 235 km/h. Tal desempenho é comparável ao de um sedã intermediário da marca.
O bom acerto de suspensão também permite certas estripulias com esse jipe, como contornar uma curva acentuada em velocidade ou acelerar fundo com estabilidade em pisos de terra. É nesse tipo de terreno que entra em ação o sistema de gerenciamento automático da tração integral 4MATIC do ML, que varia a distribuição de torque entre as rodas e respostas dos amortecedores sem a necessidade de selecionar algum modo específico. Ele faz tudo sozinho.
Visual e conteúdo contemporâneo
A terceira geração do ML, a exemplo dos modelos mais recentes da Mercedes-Benz, tem seu visual reformulado inspirado no conceito F800 Style, apresentado em 2010 em Genebra, que por sua vez é influenciado pela aviação do passado. O principal detalhe desse novo padrão estético é a grade frontal avançada com a estrela cromada no centro, como aparece no SLS AMG ou no novo Classe C, além do uso de LEDs nos faróis, em forma de filete, e nas lanternas. Há também vincos mais pronunciados nas laterais e a traseira ganhou um aspecto mais limpo, sem enfeites cromados ou materiais contrastando com a pintura da carroceria.
A cabine também muda bastante, com o painel e console redesenhados, mas, para não dificultar a vida de seus clientes, a Mercedes manteve no veículo a mesma disposição de todos os comandos como na linha anterior. De acordo com a marca, essas características foram preservadas para facilitar a adaptação do consumidor, que é fiel ao ML.
O jipão é oferecido no país com valor fixado em R$ 335.000 sem opcional algum. Mas também nem precisa. O “pacote Brasil”, como chama a montadora, já contém itens como GPS, rodas aro 20”, bancos climatizados, sistema de entretenimento individual na traseira, faróis de xenônio e até acesso à internet. A marca espera vender 250 unidades do novo SUV até o final do ano, sendo a maioria para proprietários da geração anterior. É uma bela troca, em especial para quem está em busca de maior requinte e eficiência, afinal o “verde” está na moda.
Fonte: iGCarros
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