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sexta-feira, 2 de março de 2012

SLK 350, onde a brincadeira começa


Não me conformei quando dirigi o novo SLK 200 e me deparei com um carro de visual altamente esportivo e estonteante mas com uma quantidade parca de potência. Ele tem apenas 184 cv, extraídos do “motorzinho” 1.8 turbo. Não chega a ser vergonhoso, mas se tratando de um roadster com pinta de SLS AMG fica um pouco sem graça, a ponto do abrir e fechar da capota elétrica se tornar, às vezes, mais divertido que o desempenho.


Mas os alemães não são bobos. Uma das virtudes da indústria automotiva germânica é o variado leque de opções que as fabricantes oferecem para seus produtos, especialmente quando falamos de motores. O próprio SLK, por exemplo, conta com uma série de “sabores” e o que eu havia provado está longe de ser o mais apetitoso como viria a constatar – existe até uma versão com propulsor a diesel, certamente de difícil digestão.


Dando continuidade ao lançamento da terceira geração do SLK no Brasil, a Mercedes-Benz ampliou seu menu com a versão 350. E com a marca da estrela é assim: quanto maior o número que acompanha as letras que designam o carro, mais potente o danado é, exceto no caso das máquinas AMG, a divisão esportiva da montadora, que não aprecia muito do termo “limites”.


Logo, é obvio que o SLK 350 é melhor que o 200. Só me espantou o quanto. Em menos de 100 metros percorridos já percebo que essa série não veio ao mundo para andar devagar. É nessa versão que a brincadeira começa de fato, fazendo jus ao nome do carro, que traduzido do alemão para o português significa “Esporte, leve e compacto”.

Prato cheio

Ao ler a ficha técnica do SLK 350 fiquei com água na boca. Seu motor continua sendo o 3.5 V6 da geração anterior, mas agora equipado com sistema de injeção direta de gasolina (CGI), o que faz o carro ficar mais potente sem necessariamente gastar mais gasolina (obrigado, Mercedes, pois sou apenas um repórter). Ele gera 302 cv e 37,7 kgfm de torque máximo que fazem toda diferença – e pensar que o SLK 200 tem meros 184 cv, pobrezinho.

Já o câmbio automático não é um supra-sumo em tecnologia, mas trabalha de acordo com o forte propulsor aspirado. A caixa possui 7 marchas e comando sequencial por borboletas no volante ou na alavanca. O primeiro modo é bem mais interessante. Destaque ainda para a tração traseira, que “empurra” o modelo com certa violência.

Agora imagine esses 302 cavalos puxando uma “carruagem” de apenas 1.540 kg? Quando você pisa fundo no acelerador o SLK dá um bote e em poucos segundos ultrapassa os três dígitos do velocímetro. Se você fizer isso com o controle de tração desligado os pneus até fritam no asfalto (fiz só um pouco, viu assessor da Mercedes).

Os números de desempenho oficiais do SLK 350 são o seguintes: 0 a 100 km/h em 5,6 segundos e velocidade máxima limitada eletronicamente em 250 km/h, o que é bonito no papel já que no Brasil não há Autobahns, as estradas alemãs sem limites (os alemães não gostam desta palavra, lembra?) de velocidade.

Por ser "colado" no chão e possuir uma suspensão bem dura, o SLK 350 faz curvas em velocidade como poucos. Se precisar frear de forma abrupta não se preocupe, ele possui discos nas quatro rodas com sistema ABS, além dos controles eletrônicos de tração e estabilidade, que podem literalmente salvar sua vida.

Sobremesa

O pacote de itens do SLK 350 é praticamente o mesmo do 200, exceto por pequenos detalhes visuais, como as rodas aro 17” com desenho mais ousado e os canos de escapamento com design mais radical, afinal de contas ele merece. A lista de equipamentos do roadster contém ar-condicionado dual-zone (para o motorista e a namorada), bancos com aquecimento (item dispensável no Brasil), sistema de som de ponta com entradas USB e para iPod e navegador GPS com controles razoáveis e orientações em português lusitano (ora, pois).

E por andar mais, o SLK 350 também é (bem) mais caro. Custa R$ 252.900, contra R$ 202.900 do SLK 200. É o preço da velocidade e a emoção a flor da pele, algo que o roadster com motor V6 traz de sobra.

Concluindo, arrisco dizer que o único defeito do SLK 350 é o fato dele não ser meu e creio que minha opinião só vai mudar quando eu dirigir o SLK 55 AMG, que também já chegou ao Brasil. Acho que vou fazer um telefonema...
Fonte: iGCarros

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